domingo, 29 de julho de 2012

sernonsense

“Mas por que chora tanto?” Perguntou o pássaro que, por entre os galhos do pé-de-árvore caidos do teto do quarto de paredes listradas, dizia, sorridente, palavras sem sons. E sentada à beira da cama, a menina alisa uma nuvem com os pés e soluçava: “Para chorar não é preciso motivo, nem aviso. O choro vem, basta estar vivo. Não me privo de chorar dias. Não é mania, nem gozo pela agonia. É uma tristeza sadia, daquelas que temos de ter para nos sentir vivos”. As ondas sonoras do choro baixinho ao poucos tomava conta do quarto, vazava pela janela e desenhava uma trilha no azul sem fim do espaço.

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