domingo, 29 de julho de 2012

Roleta Russa

O sol já não esquentava como no início da tarde. A penumbra tomava conta de todo o cômodo. Na vitrola uma bolacha de Jamelão. A voz arrebatadora o inundava a alma. O chiado do vinil o levava em lugares ainda não explorados dentro do peito. O berro a mão, lembrava das últimas palavras: “Boa sorte na sua nova roleta russa.”
Girava o tambor ainda vazio e olhava para a mesa. Seis vagas e um único morador. A cápsula prateada ali. A sua frente.  Era uma única que poderia acabar com todo aquele sofrimento. Olhou pelo vão da porta. A saída logo ali. Um gole de café. Um novo respirar. Levantou-se da cadeira. Caminhou até a vitrola. Desligou. Caminhou até a porta. Girou a maçaneta. Deixou o ar da noite o abraçar. Chorou a última lágrima. Passou pelo marco, o marco da sua vida, e caminhou para rua.
Roleta russa – Pensou novamente.
Desceu a Mármore sem muita pressa, era sexta-feira e Moa ficava até mais tarde. Teve sorte. Estava vazio. Sentou-se. Relaxou-se. Ofereceu o pescoço e a espuma o ganhava. Entre espumas e giletes libertou-se.
Ela me disse boa sorte na sua nova roleta russa. Você acredita? Melhor ter mais cinco chances de ser feliz do que amargurar-me pelo resto da vida por um amor que não foi bem. Quantas mulheres você já amou? Tentar dói... dói muito, e como dói. Deus sabe bem, mas me dói mais a alma se não houver tentativa. Mínguo-me, e aos poucos, de tanto em tanto, morro. Morrer deve doer. Deve doer muito mais que ficar sem amar. Dor de amor dói. Mas de desamor deve ser mais cáustico. E ela me disse boa sorte na sua nova roleta russa... Problema é dela com suas teorias, com seus sonhos infantis de casal perfeito, com seus problemas de homens com quem desfilou, daqueles que a sacanearam, daqueles filhos da puta que a roubaram, problema é dela. Eu estive ali, aqui e acolá. Tentei. Juro que tentei. Pensei em desistir. Mas a roleta está aqui. Pronta. Engatilhada. Tudo pronto. Basta apertar o gatilho e respirar novamente no som do click sem o bum. Melhor viver meu amor. Melhor sentir a brisa todos os dias pela manhã. Melhor é viver com quem quer viver, do quê minguar com quem quer minguar. E a filha da puta me disse para ter boa sorte na minha nova roleta russa. É meu caro, a vida não está fácil pra ninguém...
Mais creme, mais giletes, mais morte sendo arrancada do rosto. No final a loção para lembrá-lo que a reflexão havia terminado. Um sorriso. Apertos de mãos. Alguns tapinhas nas costas. Palavras e aconselhamentos e ele ganha a Mármore. Lentamente foi subindo e sentindo o cheiro da rua, da vida, da santa, de Tereza, mulher que me ama apaixonadamente. Cantarolando ele, o mestre: “Ela disse-me assim, tenha pena de mim, vai embora...”

sernonsense

“Mas por que chora tanto?” Perguntou o pássaro que, por entre os galhos do pé-de-árvore caidos do teto do quarto de paredes listradas, dizia, sorridente, palavras sem sons. E sentada à beira da cama, a menina alisa uma nuvem com os pés e soluçava: “Para chorar não é preciso motivo, nem aviso. O choro vem, basta estar vivo. Não me privo de chorar dias. Não é mania, nem gozo pela agonia. É uma tristeza sadia, daquelas que temos de ter para nos sentir vivos”. As ondas sonoras do choro baixinho ao poucos tomava conta do quarto, vazava pela janela e desenhava uma trilha no azul sem fim do espaço.

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Ainda dá tempo!


Corre, dá tempo.

Ainda falta alguns minutos, talvez mais de um minuto, dois ou três, mas dá tempo.

Anda, corre! Corre, mas não muito. Não vá se apressar demais, dar chance para o azar. Pode acontecer alguma coisa no percurso, uma coisa ruim. Vem correndo, mas não tanto. Preciso de você aqui, rápido, urgente...

Dá tempo, eu sei. Você sabe! O tempo passa, a gente envelhece, as crianças estão dormindo e logo o sol nasce! E você ainda não chegou, estou esperando! Anda, mas não ande tão devagar! Venha! Corre, dá tempo...

Faltam alguns minutos para o grande evento. Talvez você chegue um pouco atrasado, não ligo, mas você aqui é o que interessa. Venha, quero te ver, mesmo suado, mesmo esbaforido e sem ar devido a escada. Venha, pare o que está fazendo e venha, corre, dá tempo...

Se demorar, talvez não esteja mais aqui...

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Uma guinada

Helena estava no sofá, esperando Marcos chegar para irem jantar, quando o telefone tocou. Era seu chefe, pedindo para ela adiar a folga, que nem sabia que teria, pois havia um cliente especial da boate querendo falar com ela. Ligou para o namorado, perguntando do que se tratava essa ‘folga’ e explicando que teria de ir trabalhar.

Marcos ficou chateado, mas cancelou a reserva e levou Helena para comer qualquer coisa numa lanchonete perto da boate. Inventou algo sobre querer comemorar o aniversário deles a noite inteira e foi pra casa derrotado. Helena desculpou-se e prometeu compensar para ele no próximo mês.

Helena estava novamente com roupas sensuais, e, chegando ao balcão já localizou o chefe para saber quem era o cliente e o que ele queria. Dani, o chefe, explicou que queria Helena no ‘negócio’ paralelo em que ele investia. Ele queria que ela trabalhasse como acompanhante para os melhores clientes da boate.

Ela ficou hesitante, mas Dani e o cliente a confortaram e convenceram-na de que ela teria apenas que ir à uma festa, fazer companhia mesmo. Helena aceitou. O cliente desfilou pela festa com Helena como se ela fosse um troféu, sorridente, orgulhoso. Apresentou-a como uma amiga estimada. E depois deixou-a em casa, despediu-se com um carinhoso beijo no rosto de Helena, entregou-lhe um envelope pardo com seu pagamento e prometeu ligar mais vezes.

Helena aproveitou o dinheiro extra para se dar alguns luxos e decidiu continuar nesse ramo, mas sem conversar com Marcos; ele surtaria. Mesmo Helena não fazendo nada de mais.

Por enquanto…

domingo, 22 de julho de 2012

Nem sequer tem título


- Bom dia.
- Bom dia!
- Tem alguém na minha frente?
- Não, é só terminar aqui e você já pode se assentar.

Ele se ajeita no banco encostado a parede, tira o telefone do bolso e fica vendo alguma coisa.

- Sua vez!

Levanta, tira os óculos, coloca na prateleira, guarda a carteira, se ajeita na cadeira Ferrante, e diz:

- Apare as costeletas e corta a barbicha como triângulo. Lembra como era? Formato faraônico!
- Claro que lembro, não tem dois meses que a cortei. Lembra?
- Pois bem...

E começa o lavoro. Sem um pio sequer. Nada, nem uma palavra. 

- E o Galo?
- Está indo bem.

Passado mais alguns minutos...

- E a mocinha? Como está indo?
- Caminhando.

Mais alguns bons dez minutos...

- O tamanho da barba está bom? Quer que tire mais? Escamoteia mais ou deixa assim?
- Está bom. Melhor não forçar, vai que estoura a pele? Pode passar a loção

Feito, ele levanta a cadeira e começa a acertar a costeleta.

- E o bacana lá de Mariana?
- Não sei. Não o vejo desde aquele dia.

Mais umas tesouradas na costeleta. Umas navalhadas tirando o grande volume de pelos da orelha e:

- Pronto! Perfeito!

Ele olha no espelho, levanta da cadeira, enfia a mão no bolso, tira uma nota de vinte, e diz:

- Fica com o troco, semana que vem a gente vê se tira um pouco do cabelo. Até
- Inté

Após a sua saída, o outro coça a cabeça, balança de um lado pra o outro e pensa em voz alta:

- Diacho este povo escritor. Semana passada estava aqui todo prosa. Cheio de assunto. Hoje, logo hoje, que é o dia em que abro a barbearia mais por causa dele, o cara não bate papo, não conta caso, nem fala da vida sexual dele. Povo esquisito. E eu que achava que este povo era sempre conversador. Vai entender... Bom, já que ele passou deixa fechar esta bodega e ir pra casa pra ver Maria.

Ele desce a porta de aço, passa a tranca, olha pro céu e novamente pensa em voz alta:

- Escritor! Povo doido de bater com pedra, Deus que me livre de virar uma raça dessas... 

sexta-feira, 20 de julho de 2012

na sala 212

- como vai?
- em busca.
risos
- de quê?
segundos de silêncio.
- ow! o Salvador Dali está torto.
- é. a minha secretária o derrubou. na queda, um dos suportes que dá sustentação a ele se quebrou, então...
- a religião dela não permite?
risos
- não sei. ela vive dizendo que quem pintou o quadro deve ser doente da cabeça. acho que ela está certa. risos.
- é! e ...

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Dois lados da mesma noite

Marcos chegou em casa do trabalho e pegou o telefone. Estava ligando pra ela pela terceira vez só naquela sexta feira. Ela atendeu ao terceiro toque. Como já lhes era de costume, conversaram por quase uma hora e combinaram de se encontrar antes do turno dela na boate. Ele a levaria para jantar, depois fariam amor e ela iria trabalhar. Essa era a rotina durante a semana, a mesma rotina dos últimos meses.

Mas hoje seria diferente. Ele falara com o chefe dela e ela não iria trabalhar hoje. E o jantar seria mais do que especial. Hoje eles completavam três anos de namoro, um namoro estável e intenso. E ele preparara uma noite única. Marcos iria pedir Helena em casamento.

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Helena estava se arrumando para jantar com Marcos num restaurante chique da cidade. Ela separou uma roupa mais provocante para ir trabalhar depois, preocupada com o horário, pois o restaurante ficava muito longe da boate.

Ela ficou se perguntando o que Marcos estaria tramando, pois normalmente jantavam rapidamente numa lanchonete qualquer para depois transarem até a hora do turno dela começar. Mas hoje seria diferente. Três anos de namoro. Helena nunca passara tanto tempo com um cara só. E nunca gostara tanto de outra pessoa como gostava de Marcos.

domingo, 15 de julho de 2012

Priscila

- Como assim?

- Pois é, estou numa fria!
- Rapaz, eu quero até ver como você vai sair desta. Logo você! Conta como isto foi acontecer.

- Então, estava lá parado. Aquele showzinho na praça. Festinha de interior sabe como é, né? Aí a guria não parava de me olhar. E eu ficando sem jeito. Ela me comendo com os olhos, boca e nariz. E eu despistando. Olhava pra um lado, pro outro, dava uma volta, e na volta, ela estava lá de volta. Ódio!

- Não pode ser. Ela não sacou?

- Sacou nada. Eu tranqüilo, só apreciando a música, o clima bucólico de Mariana, não querendo nada com ninguém, nin-guém mesmo, e a moçinha faceira de olho em mim. A coisa foi ficando tão chata, mais tão chata, que decidi vir embora antes do fim do show. Coisa chata isto viu. Falta de desconfiômetro.

- Bem, até aí tudo bem. E como ela chegou até você? Corto mais ou já está no tamanho que você queria?

- Está ó-te-mo! Só você mesmo pra saber exatamente o que eu falo.

- Só nisso, né? (risos)

- Lógico que é só nisso (risos). Aí menino, estava lá em casa tranqüilo quando recebo um email de Márcio. Lembra dele? Aquele meu amigo de Mariana. O loiro de olhos azuis?

- Sim, o que veio com você aquele dia, né?

- Isto! Ele mesmo. E no email ele se desmanchando de gargalhadas e gracejos. Falando que a moça pediu meu telefone e ele deu! Rapaz que vontade de ir até lá e esganar aquela bicha! Deu meu telefone sem minha anuência. E o pior, dois dias depois a danada me liga querendo saber mais sobre mim.

- E aí? Muda de lado, por favor.

- Aí é que estamos conversando. Já tem dez dias. E ela não entendeu qual é a minha. Ódio! Este final de semana pego um ônibus e vou até Ouro Preto e acabo com esta palhaçada toda. Você acredita que a peste tem apenas dezessete anos? De-zes-se-te-a-nos!

- Meu Deus do céu! Isto da cadeia. Mas bem que queria estar no seu lugar...

- Pára! Comigo não vai dar problema. Vou lá e falo com ela, na cara dura: Olha minha filha, a fruta que você gosta, eu chupo, e como chupo, até o caroço! Oi, não entendeu? Linda, eu sou bicha! Bi-cho-na! Entendeu agora?

- E se ela não aceitar? Pronto, terminei.

Ele levanta da cadeira, enfia a mão no bolso, tira uma nota de vinte, entrega ao barbeiro e sai dizendo:

- Beijo o garçom e saio rindo! Semana que vem eu volto e te conto o resto do babado. Beijos

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Preciso de uma enceradeira

Estava tudo tranquilo, até que passou uma cera no piso.

Anteriormente, havia combinado com ela que faria a faxina, porque sábado iriam receber visitas. Lavou o banheiro, os dois, limpou a cozinha, o fogão, em cima da geladeira, limpou o restinho do iogurte que sempre derrama no vidro, passou produtos de limpeza específicos nas cerâmicas, colocou o lixo na lixeira, mas não sem antes dar uma boa olhada para ela e pensar: "na próxima vez, te lavo". Tudo tranquilo, já chegando o finalzinho da tarde, quando resolveu passar a maldita cera.

Besuntou o pano e espalhou a primeira remessa com o rodo. Olhou, tudo esbranquiçado, mas achou normal. Outro jato da cera líquida, outra passada de pano. E foi assim nos quartos, na antessala, na enorme sala e, por fim, acabou.

Acabou... mas onde o brilho ficou?

Olhava o piso de madeira, incrédulo, e depois leu o rótulo do produto. Para conseguir um bom resultado, use uma enceradeira.

Enceradeira. Brincava com enceradeira, lá na casa dos meus pais, quando infante, 6 anos, sete! Ou mais. Depois, inventaram novos tipos de cera que dispensavam o uso daquele eletrodoméstico, essencial nas casas de famílias ricas, classe média e até das pobres que tinham tábuas corridas ou tacos pela casa.

E eu, agora, precisava de uma enceradeira. Urgente, porque a esposa em pouco tempo chegaria. Ligou para um, outro, pediu para um amigo na internet, que morava próximo... ninguém mais usa enceradeira. Olhou no Mercado Livre: R$ 90,00... em Osasco, onde morreram 8 na madrugada do porco campeão. Não chegaria à tempo...

Usou os últimos 60 minutos da sua vida esfregando o chão com um pano seco e rezou aos céus que aquela merda ficasse boa, mas não antes de jogar a maldita cera na lixeira, aquela que irá lavar na próxima faxina... se tiver braços até lá!

quarta-feira, 11 de julho de 2012

O começo do fim


Helena estava num canto escuro, observando as pessoas que vieram de divertir neste sábado. Seu turno na boate já havia acabado, ainda não passava das duas da madrugada, mas as colegas que moravam com ela na república já haviam partido; elas tinham uma prova importante na manhã de domingo.
Apesar de estar cansada, ela ainda precisava encontrar a vítima da noite. Estava de olho num bonitinho que ficara pendurado no balcão durante todo o seu turno. Ele passara a maior parte do tempo descascando amendoins e pagando bebidas para jovens loiras oxigenadas, então ele provavelmente não estava bêbado, o que contava pontos para a inteligência de Helena.
O bonitinho voltara do banheiro direto para o balcão, mas a garota estonteante não estava mais lá. Pegou uma cerveja e foi procurá-la. Ela encontrou-o primeiro, abordou-o com um sorriso. Ele derreteu-se por ela. Conversaram por mais de uma hora. Ela vestia uma saia minúscula e um espartilho apertado e decotado, vestida para matar. Ele não desviava o olhar das coxas à mostra, não escondia seu desejo.
Terminaram a noite na cama dele. Antes passaram pelo banco traseiro do táxi, pelo elevador, pelo sofá da sala, pelo chão do corredor e pelo chuveiro. Quando finalmente deitaram na cama, já estavam exaustos, mas continuaram transando muito tempo depois do nascer do sol.
Assim que o rapaz dormiu, Helena levantou e procurou suas roupas espalhadas pelo apartamento. Ela sentou-se por um longo tempo na janela, admirando a manhã de domingo e o rapaz atencioso, inteligente e carinhoso que dormia tranquilamente.
Ao passar pela porta, uma lágrima solitária corria pelo rosto de Helena. Ela finalmente estava se arrependendo de tudo que vinha fazendo com os homens nos últimos anos. Deixara seu número verdadeiro no criado-mudo do rapaz e partira, esperando que em breve pudesse recuperar sua paz de espírito.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

A revolta dos Coveiros


Tudo começou no domingo, às 18h, quando ele recebeu a notícia que a sua sogra havia passado desta para melhor ou pior – vai saber?, A velha era o cão. Bom, os detalhes do velório; choramingo falsos, a cama bem arrumada da defunta crente, as piadas entre os dentes e as orações dos pastores juniores – sim. pq pastor júnior é assim. aproveita um velório, um enterro, para testar a sua pregação (de saco), para testar o efeito de sua oratória junto aos fiéis e às fiéias-noviças (principalmente), pois, estas, pululam nas igrejas evangélicas e são bonitas e pastor pode até ser de deus, mas não é otário! hohoho! mas esses, e mais outras mazelas que se deram em torno do féretro ficam para um bate-papo presencial – chic, no?. pulemos para o instante final da cerimônia do adeus.

estavam lá, no cemitério, plantando a deitada no jardim de Deus, repleto de outras plantinhas caducas ansiosas por saber mais da nova vizinha, quando nos finalmentes do troço – que já estava de bom grado, pela santa que foi a velha, que agüentou o genro mala e safado que vivia traindo a filha querida da morta (depois te conto das peripécias do danado também. vais gostar - quando a pior espécime dos pastores (O JÚNIOR, aquele, sô!? De quem eu falava ali em riba! volta lá.), resolveu que aquele seria o momento exato, era a chance derradeira para ele confirmar a sua vocação de servo do senhor e aparecido de marca maior com gravata de elástico no nó e terno de tergal azul, tem de ser azul para combinar com a bíblia de capa de couro com as letras douradas. e assim o escolhido o fez.

prostrou-se, como de sempre, ao lado do caixão da velha, e começou a pregação... mas num é que na segunda frase do aspirante a edir macedo, que dizia "senhor qq coisa veio buscá-la pra si", um coveiro – O COVEIRO CHEFE, vim perceber depois, tamanha a sua desenvoltura e andar firme e olhar decido (daqueles: tira o pé do meu café)- veio em direção ao féretro e disparou: VAI DEMORAR? – silêncio no jardim de deus. em resposta à indagação firme e em bom tom do coveiro chefe, o pastor engoliu seco e rebateu:

_ só uns cinco minutinhos.

_ cinco minutos para nós é muito tempo. nós vamos é fazer outro enterro ali. e saiu pisando duro e replicandando, o Coveiro Chefe.

silêncio. que só é quebrado pelos barulhos das correntes-de-descer-defunto do jardineiro do senhor - que batiam umas nas outras, enquanto o coveiro chefe saia gruindo:

_os "cara" tem a noite toda para conversar com o defunto e vem rezar aqui. olha só pro c vê?, é muita moral para uma sogra. Terminou de resmungar a frase e saiu com os seus comandados, sim. eram mais outros cincos jardineiros de deus.

foi aí, que o homem lá de cima deu o devido castigo ao orador juvenil, aspirante a pastora sônia hernandes, da igreja renascer em miami, de preferência. vc crê que o cara ficou uns 20 minutos pregando? não pq ele quisesse, foi falta de coveiro para descer o bichão mesmo! o JÚNIOR suava e falava e passava folhas da bíblia e perguntava: "Amém, irmãos?"(que respondiam automaticamente: Amém!) e olhava pro lado e nada de coveiro para descer a sogra querida. Até que não agüentou mais e terminou o discurso. foi aí que chegou a hora de terminar com a oratória e procurar o coveiro chefe e sua trupe - sim, pois o troço virou um circo - para destinar o féretro à sua morada final. Ufa!

foi assim, na glória do senhor: amém, irmãos? (a resposta é amém, ok?)

domingo, 8 de julho de 2012

Ana Elise

Como assim? Não acredita? Claro que é verdade. Porra meu amigo, estou falando que é verdade. Eu já menti alguma vez pra você? Pois é, estou falando. Eu estava lá, já deitado, querendo dormir e ela veio toda fogosa. Rapaz, aquilo tem um fogo! Tem hora que eu até acho que não dou conta. Sério. Que tomando remédio. Porra nenhuma. Só cerveja mesmo. Hahahaha, seu gracista. Claro que não. E você com seu Jack 3D? Rapaz aqui é só no feijão, melhor, na cerveja e na picanha. Que maconha o quê. Sou macho rapaz.  O senhor vai me deixar contar, ou vai ficar aí fazendo piadinha?  Raspa a cabeça dele só de um lado. Já que gosta de fazer gracinha. Claro! E depois pinta de amarelo a metade que ficar cabeluda.  Posso pegar um café ali? É de hoje né? Estou brincando, sei que aqui os senhores são exigentes.

Pois é, cara. Estava lá, já deitado, prestes a dormir e ela chega. Rebolando aquele bundão que você fica comendo com os olhos. Fica sim! Acha que sou bobo? Que não fico seguindo seu olhar quando ela chega? Claro cara, tem que olhar, mas se por a mão... Sei sei. Eu conto. Aí rapaz, ela vem e me propõe a conversar na minha quarta língua. Você sabe que sou poliglota né?  Falo português, normal, oral e anal! Aí ela vem propor fazer um analzinho básico. Tenho certeza que alguém, que eu estou olhando agora e não quero dizer o nome, comentou que adoro isto. Sei... não falou nada.  Você é um grande filho da puta. Isto sim. Fi-lho-da-pu-ta. Mas deixe-me continuar, sua mãe não tem nada com isto. Mas que você é, ah isto é. Fiz de jacu. Falei que não tinha coragem, que era coisa suja, que não topava. Bicho, ela foi ficando puta. Falando que não era possível, que tinha guardado aquilo para o cara da vida dela, que me escolheu, falou que eu era piegas. Sim! Pi-e-gas. Logo eu! Chegou a ameaçar ir embora. Puta de tudo. Ficou mesmo. Eu fiquei tentando desconversar pra ganhar mais tempo. Deixa pegar mais um café ali. A mocinha não vai fazer o pezinho não? Ah é? Fica com o pescocinho irritado? E uma bichona mesmo. Mete a navalha nele e corta fora.

Mas ela foi ficando puta, mais tão puta, que quando vi que a coisa ia ficar feia pro meu lado, falei que topava. Jorginho aqui já tinha descansado e já era o Jorge! Para de sacanagem, Jorgito um caralho. Aliás, ele nem tava no modo pinto. Já havia passado pro modo caralho. Cara, arranquei a calcinha dela, ela de quatro, começo a lamber o brioco, ela rebolando, dedinho inicial, ela rebolava mais, coloquei o bicho em posição de ataque e aí, meu amigo, você nem imagina, só alegria. Vai imaginar o cacete. Deixa de ser prego. E aí que a filha da puta gozou. Louca. Gritou. Fiquei com medo de ser expulso do prédio. Calma, vai errar a navalha aí e cortar o pescoço deste infeliz. Bem que ele merece, tens razão. Trem de doido. Pois é. Dormiu tranquilinha. O bichinho era rosadinho, você precisa ver. Porra nenhuma, vai ver nada. Vai ver é meu pau de óculos. Seu gracista. Paga aí e vamos lá pro Temático. Ela vai nos encontrar lá. Ai de você se comentar qualquer coisa. Juro que te mato...

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Pega, vai...

- Pega, vai...
- Não...
- Ah, só um pouquinho...
- Tô cansada...
- Mas eu também estou...
- Mas eu sou mulher, canso mais...
- Isso é injustiça! Eu que faço todo o esforço...
- Que esforço?
- Ora... sem mim, não teria sexo...
- Sem esta: sem você eu teria sexo a hora que eu quisesse...
- Tá me dizendo que me trai?
- Não, só estou dizendo que eu sou mulher, e mulher consegue sexo mais facilmente que homens...
- Mais um motivo para você me fazer um agrado... pega, vai?
- Já falei que não...
- Poxa...
- ...
- E uma massagem?
- Nas costas?
- Sim...
- Tá, uma massagem nas costas pode...
- Hum....
- Gostoso?
- Sim...
- Aí, sim... aí...
- Assim?
- É...
- Massagem embaixo do chuveiro é bom, né? A mão desliza...
- Por isso deixei as alianças do nosso noivado dentro do short...
- Que?

Adrien Brody recebeu uma apalpada da namorada (Foto: Reprodução)

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Um novo cliente


Helena atendeu o telefone. Dani, seu chefe, pediu para ela vestir uma roupa nova hoje; cliente novo. Ela saiu para fazer compras. Quando o telefone tocou novamente era Marcos, o namorado. Ela não atendeu. Ele andava cobrando satisfações demais ultimamente, e ela não queria explicar onde estava e o que estava fazendo.
À noite, Helena foi sozinha para a boate, onde não passou muito tempo, pois o cliente já estava esperando para levá-la para jantar. Ao entrar no carro, ele passou a mão na coxa de Helena e sussurou “adoro mulheres safadas”, dando-lhe um sorriso maroto. No restaurante, ela tirou o sapato e passou seu pé lentamente pela perna dele.
Conversaram banalidades e enquanto esperavam a sobremesa, Helena derrubou um brinco embaixo da mesa. Ela ficou de joelhos, abriu a calça do cliente e começou a chupar seu pau. Sobre a mesa, o cliente tentava manter a compostura e não transparecer todo o tesão que estava sentindo. Dispensaram a sobremesa.
No caminho para o motel, Helena continuou chupando o cliente, fazendo-o gozar mais algumas vezes. Ao chegarem no quarto, ela arrancou as roupas dele e empurrou-o na cama, montou sobre ele e prendeu suas mãos com o cinto dele. Helena chupou-o mais uma vez e então sentou sobre ele, lentamente, sentindo aquele pau grosso penetrar sua buceta. Ela rebolou e cavalgou por um longo tempo, e quando se cansou, soltou-o e ficou de quatro. Ele meteu com força, e enquanto comia Helena, ele alternava suas mãos entre carícias nos seios e tapas na bunda dela.
Quando finalmente se cansaram, já passava das cinco da manhã. O cliente deixou Helena na casa dela e despediu-se com um longo beijo. Mas antes de sair do carro, Helena chupou-o novamente. Ela entrou em casa e ligou o celular; encontrou sete chamadas não atendidas, todas de Marcos. Helena ignorou-as, desligou o celular e foi dormir.

domingo, 1 de julho de 2012

Brinquedos e afins


Agora FODEU!  Não sei onde coloco a cara quando chegar em casa e encontrar a faxineira lá. Aquela bisbilhoteira. Sabia que qualquer dia, iria acontecer. FODA! FODAS. Não é possível, como aquelazinha foi mexer exatamente ali? Tava tudo guardadinho. Coloquei na caixa para que nada disso viesse ocorrer. E aquela fi-lha-da-pu-ta vai e mexe, e pra piorar, acha! Não sei o que fazer.
Fico aqui imaginando a cara dela na hora que me olhar. “Seu safadinho, gostas bem de uma sacanagem, né?”. Vou ter que mandá-la embora. Mas se fizer isto como vai ficar a arrumação? O mercado de diaristas não ta pra peixe. Ela mesma eu demorei bons três meses pra acertar.  Mas e agora? Será que vai começar a me comer com os olhos. Como deixei acontecer? Estava lá, fechadinho, embrulhadinho, todo todo discretinho, e chega a fulaninha e futuca minhas coisas. Ai meu Deus, o que vou fazer agora?
Será que ela está pensando que estou usando calcinha também? “Nossa imagina aquela bunda ENORME toda peluda com esta tanguinha. Ai meu Deus, que calor!”. Pu-ta-que-pa-ri-u, vai-to-mar-no-cu, estou ferrado! E se pensar que é a Ana? “Nossa, esta calcinha deve ficar o máximo naquela bundinha redondinha. É, seu safadinho, está comendo bem, imagina arredar esta rendinha e acertar a porta dos fundos? Calor!”. Cara, não vejo outra solução pra esta mer-da toda. Ou mando esta ordinária embora, ou me sujeito aos seus olhares e suas fantasias. Era o que me faltava, ter uma faxineira fantasiando minha vida sexual.
 Mas bem que seria muito engraçado se ela tiver passado o creminho na boca e ficar toda anestesiada (gargalhadas), seria a vingança contra a bisbilhoteira de uma figa. Imagina: “Meu Deus, o que é isto? Minha língua está adormecendo. Será que é veneno? Deixe-me ler o rótulo: Creme anestésico para sexo anal. Pu-ta-que-pa-ri-u, o que eu fui fazer”. Ia ser bem divertido. Chegar lá e ela com a língua de fora pedindo ajuda.
Bom, já que o estupro é inevitável, vou lá pra tentar contornar esta situação. Ai dela se me aparecer com aquele consolo na mão. Pego ele na hora e já sabe onde eu enfio, né?  Deixa esta barba pra outro dia. Tenho que salvar minha reputação de patrão sério. Abraços!